terça-feira, 30 de setembro de 2014

CAMINHO DO SAL - HISTÓRIA

Antigo percurso utilizado para o transporte do sal é retomado como opção de passeio


O Caminho do Sal é um dos caminhos brasileiros mais antigos, que se tem registro; foi um dos primeiros caminhos do planalto paulistano, inicio da ocupação do território pelos portugueses. Conhecido como Zanzalá, o percurso, que ligava os atuais municípios de São Bernardo e Mogi das Cruzes, foi aberto no ano de 1640 para o transporte do sal, produto conservante extremamente necessário para a sobrevivência dos povoamentos.  Mais tarde, esta rota também foi utilizada por tropeiros que tentavam fugir de rotas convencionais que exigiam tributos e impostos. Quando o rei descobriu, em 1722, ordenou que a tal rota fosse fechada, fato que contribuiu para que fosse esquecida. 



O Caminho do Sal, rota idealizada pelo grupo 'Pedal Serrano', tem uma extensão de aproximadamente 53 km e é dividido em três trechos. O primeiro é o Caminho Zanzalá (16 km - entre São Bernardo e Santo André); o segundo é Caminho dos Carvoeiros (10 km - Santo André); o terceiro é o Caminho de Bento Ponteiro (27,5 km - entre Santo André e Mogi). 

Além de resgatar trechos originais do Caminho Zanzalá, também proporciona uma abordagem simbólica, pois, o Caminho dos Carvoeiros, por exemplo, retrata uma parte da história marcada pela extração de madeira para os fornos das olarias e a produção de carvão para atender o crescimento acelerado da Capital e de Santos, no final do século XIX. Este trecho possui uma mata pioneira em regeneração com muitos Manacás. Já o Caminho de Bento Ponteiro, resgata o trecho original de um comerciante que se instalou na parte alta da vila em Paranapiacaba. Seu 'apelido' Ponteiro, se deve ao fato de na mocidade ter construído pontes. 

Provavelmente o grande momento, além das estradas em meio a natureza, se dá na chegada a Paranapiacaba. Considerada patrimônio histórico, a ferrovia foi construída por uma companhia inglesa à partir de 1860, sendo inaugurada em 1º de Janeiro de 1867. A ferrovia do Estado de São Paulo, que ligou Santos a Jundiaí, serviu primeiramente como transporte de passageiros, mas também serviu, como escoamento da produção de café que seguia para o porto de Santos. A cidade surgiria em 1874 e no ano de 1898 se ergueria uma estação com um belíssimo relógio produzido por Johnny Walker Benson, de Londres. 

Segue algumas fotos que encontrei na internet:








Com o aumento da demanda, criou-se um novo sistema de transporte até Santos, conhecido como Sistema Funicular. Este funciona ao longo de encostas, com dois trens, cada um preso em uma das extremidades de um cabo de aço. Os 'carros' partem ao mesmo tempo em uma linha única e, no meio do percurso,  divide-se permitindo o cruzamento dos dois Trens. 



O caminho tem o objetivo de convidar a redescobrir a história, através de paisagens e muitas aventuras! Vale a pena conferir... 

GPS

Baixar Wikiloc 11504600
Baixar Wikiloc 11504604
Baixar Wikiloc 11504602

Fonte de pesquisa:

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

ZANZALÁ E CAMINHO DOS CARVOEIROS - 26 KM - 20/10/2014

Partimos de Sorocaba, Maria Mendes, Edna Bike, Filipe, Adão (irmão da Edna) e eu, às 05h, em direção ao 'Caminho do Sal', localizado próximo a cidade de São Bernardo do Campo. 



Estávamos num misto de ansiedade e desapontamento com o clima, pois a chuva caiu torrencialmente a noite toda! Este ano, aqui no Brasil, tivemos uma estiagem muito intensa... mas chover justo hoje! Podia ter esperado mais uns dois dias né... enfim, decidimos ir mesmo assim... 

Para chegar no início do Caminho, seguindo de Sorocaba, basta pegar Castelo, Rodoanel (SP-021), no km 75,5 seguir em direção a Anchieta e na sequência pegar a direita na SP-148 - Rodovia Caminhos do Mar. Nesta rodovia, próximo ao km 38, do lado esquerdo, haverá uma estradinha de terra com a placa sinalizando o inicio do Caminho. Algumas pessoas me perguntaram se há condução para ir ou para voltar... conheço duas pessoas que podem fazer este tipo de passeio: Sandro - Expedição & Aventura Outdoor e Alcyone Jr., que costumam fechar grupos sempre que há procura. 

Para nossa alegria, a chuva foi diminuindo até simplesmente parar. Nos encantamos já logo no início da Rodovia, com a paisagem e tranquilidade daqui, além de ser um local muito procurado por ciclistas 'speedeiros' para treinos de grandes pelotões! 




Tivemos até a oportunidade de ver um corredor com uma perna mecânica treinando, algo de arrepiar! 



Antes de chegar, uma breve paradinha em um bar, próximo a entrada do caminho, para o café da manhã. Lugar lindíssimo, com uma bela represa na parte de trás, muito propício para umas fotos! 







Resolvemos seguir até o final desta estrada e chegamos na entrada do Parque Estadual Serra do Mar - Núcleo Cubatão, onde localizam-se lugares fantásticos para se visitar como alguns monumentos construídos em 1922 e muita mata nativa! No entanto, não tínhamos tempo nem agendamento, pois, as visitas neste local são monitoradas e pré-agendadas por meio do telefone 13-3372-3307.  (Mais informações, neste link) Mas está marcado em nosso caderninho um retorno aqui para fazermos este passeio!




Na sequência, seguimos para o km 38, início do Caminho. Descarregamos as bikes da caminhonete, de nosso querido amigo Adão, e partimos para desbravar o, para nós, desconhecido Caminho do Sal. 






Típica região serrana, o clima e a mata é 'de cara' muito encantador! Vemos as montanhas ao fundo, o que ajuda a criar paisagens lindíssimas... e ainda há muitos lagos de água corrente cristalina que, se o sol estivesse presente, com certeza teríamos entrado. 






Logo após uns 5 km, sentimos a falta de uma placa sinalizando uma entradinha... fomos em frente, passando por uma casa de reabilitação e uma chácara onde fomos abordados pelo dono que, super simpático, nos explicou que o caminho não era por ali. Fizemos o retorno e seguimos pelo caminho informado. Até aqui, Adão nos seguia com sua caminhonete mas o dono da chácara nos avisou que os próximos quilômetros eram de difícil acesso e que provavelmente a caminhonete não passaria... nos separamos e combinamos de nos encontrarmos em Paranapiacaba. 

Após passarmos por um 'riozinho' chamado de Rio das Garças, ouvimos barulho de carros... olhando para trás, descobrimos que haviam um grupo de Troller's... acho que eram uns 14 no total sendo seguidos por motos de trilha. Foi muito divertido vê-los passando por ali, devido a algumas poças d'agua, que deixaram a tal passagem bem agitada. 






O Caminho por aqui é simplesmente lindo!!! A ausência da chuva colaborou com nossas memorias fotográficas!










O Caminho começa a ficar realmente mais complicado... muitas subidas com pedras e descidas acidentadas... riamos muito pois até a Edna teve de subir empurrando, o que consegui até registrar :D









O caminho de terra acaba e, para nossa tristeza, temos que continuar pela direita num trecho por asfalto (SP-122). Ficamos meio perdidos, achando que estávamos no caminho errado mas, sem ter a quem perguntar, seguimos para a direita da estrada. Após uns 4 ou 5 km chegamos a um ponto onde haviam alguns carros estacionados. Ali, perguntamos a um casal sobre o Caminho e, antes mesmo de nos responderem, avistamos uma placa logo a frente. 


Antes de seguir, subimos a um pequeno mirante onde há uma capela com um Monumento ao Divino Redentor. Erigido em 1913, a capela / monumento, construídos de frente para a linha férrea, foram colocados ali para que ficassem "expostos aos olhares do imigrante que chega, do viajante que passa, dando-lhe alento para seguir seu caminho". Apesar de ter sido tombado como patrimônio em 2011, o lugar está extremamente abandonado. (Mais informações no link)




Daqui, seguimos a placa e passamos pela linha do trem. Fico muito feliz por perceber que ainda há alguns trens funcionando por aqui!



Na sequência, vimos uma placa do Bar do Flávio. Eram quase 12h e, devido a isso, decidimos fazer um desvio e seguir 800m fora da rota, para almoçarmos por lá.



Estive aqui há uns 3 anos atrás, no passeio a Paranapiacaba, organizado pelo Sorocaba Bikers / Pedal Serrano. O bar localiza-se próximo a um rio e uma ponte... há também várias aves diferentes por lá... tive a oportunidade de conhecer um Jacu e ouvir o blá blá blá dos papagaios. Experimentamos o suco de uma fruta típica daqui Cambuci, muito gostoso!!




Infelizmente caiu uma garoazinha que, após nossa parada, atrapalhou um pouquinho nossos registros fotográficos... mas, foi rapidinho e logo ficou bem abafado... as subidas ajudaram bastante também!! As paisagens continuaram lindas.


E para nossa alegria / tristeza o percurso de 26 km estava acabando. Chegamos a Paranapiacaba! Descobri aqui que este caminho por terra é o único acesso a parte baixa da cidade... caso chegar pela SP-122, terá de deixar o carro em um estacionamento fora da cidade, seguir pela parte alta e ir a pé a parte baixa. 


Ao avistar a ferrovia, aquela paradinha básica para as fotos.  




Lamentamos muito o descaso das autoridades com a manutenção do local que está um verdadeiro caos... sujo, com muita sucata a sua volta... um tesouro abandonado em verdadeiro relaxo. 

Fomos surpreendidos por Adão que vinha a nosso encontro. Mais uma sefie, agora com ele!


Logo após, passamos por um ponto turístico onde muitos procuram para fazer fotos e aproveitamos para fazer o mesmo.









Assim que terminamos nossa sessão de fotos, tive o privilégio de assistir novamente um fenômeno típico de regiões serranas. Trata-se de um nevoeiro que vai se formando rapidamente e em poucos segundos toma a cidade, fazendo com que a visibilidade fique bem comprometida. É incrível pois parece uma nuvem de fumaça e quando ela baixa a temperatura cai drasticamente. Não sei se este fenômeno tem nome e peço que se alguém souber, me escreva no comentário, para que eu possa pesquisar mais sobre isso. É possível observar nesta foto, logo atrás, a neblina descendo e na sequência a visibilidade já com a nevoa.  





Seguimos passeando pela cidade, tirando algumas fotos, e partimos em direção a pousada Avalon, onde decidimos pernoitar. Pagamos R$ 75,00 por pessoa. Lá, tem quartos de 2 ou 3 lugares, por isso, ficamos Filipe e eu em um quarto e Edna, Maria e Adão no outro. 


A pousada é o antigo alojamento dos 'solteiros'. Aqui, moravam os funcionários solteiros da antiga ferrovia... era proibido a presença feminina! O local é muito limpo. Os banheiros são comunitários e ficam do lado de fora dos quartos. Como chegamos cedo, umas 14h, tomamos um banho e descansamos um pouquinho. Fomos convidados pela hospedeira a tomarmos um chá da tarde com bolachas e fomos informados que poderíamos usar a cozinha para fazer o jantar, caso preferíssemos. Na sequência, fomos passear pela cidade e conversar com uns moradores para conseguir mais informações. 












Em frente a igreja da cidade, conhecemos o Sr. Felipe, um morador, que teve o privilégio de trabalhar na estação entre 1983 e 1988. Ele nos contou histórias, esclareceu dúvidas e nos deu uma dica incrível... para seguirmos até o mirante a fim de ver a cidade de Cubatão. 


O mirante é um lugar sensacional! Fizemos algumas fotos e apreciamos a belíssima paisagem.



Daqui, seguimos procurando um restaurante para jantarmos. Descobrimos que o point, Bar da Zilda, não serviria jantar hoje. Fomos a mais dois lugares e apenas no terceiro conseguimos. Perdoem-me minha falha, mas não sei o nome do local... só sei dizer que pagamos R$ 20,00 para comer a vontade e assim o fizemos! Comemos muito bem e, como a fome era muita, não tiramos fotos rsrs. 

Voltamos a pousada e seguimos para os quartos... fomos dormir umas 20h aguardando ansiosamente pelo dia seguinte...

Obrigada vida, por mais este dia incrível!!